quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ENTREVISTA: Silvânia Morais


"Por onde eu passo, sinto que não estou sozinha"

Ela é radialista. Atua há 20 anos na "caixinha mágica" e de lá até o momento coleciona uma infinidade de amigos, que continuam a se multiplicar a cada programa na rádio Uai ou em toda a programação da rádio Onda Livre; na primeira ela é apresentadora e produtora do Naquele Tempo, de músicas antigas; na segunda ela é diretora executiva, mas sua elegância lhe faz dizer que é apenas a "plástica da rádio". Silvânia Morais! Nasceu no início dos anos 70, em São Paulo, mas foi ainda menina para o interior de Minas Gerais, nas terras quentes de Raul Soares. É capricorniana e carrega consigo essa marca através da perseverânça e da responsabilidade no que faz. Sil, como muitos amigos e ouvintes a chamam, defende suas raízes mineiras e por isso "come quieta" a certeza do prazer  que proporciona a aproximadamente 30 mil pessoas, população estimada das cidades de Raul Soares e São Pedro dos Ferros, cidades que abrigam as duas rádios as quais a voz doce e o punho firme da nossa garota podem ser percebidos. Nossa entrevista teve ao fundo o som dos The Beathes, vindo da casa vizinha, ela adorou.

Juliano Cafe:  Como é o programa Naquele Tempo?

Silvânia Morais: É um programa para adultos da rádio Uai. Toca músicas de Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Secos e Molhados, Tom Jobim, Charles Agnavour, Elza Soares, toca canções brasileiras, italianas, francesas...

JC: E a rádio Onda Livre? O que você faz nessa rádio?

SM: Faço a plástica da rádio, ou seja, sou responsável por tudo o que vai para o ouvinte, o que tá pronto, o que vai para o ar. Faço textos, vinhetas, atendo os apoiadores da rádio. Fico atenta para perceber o quê a cidade mais precisa e procuro colocar isso para as pessoas em forma de músicas, notícias e publicidade.

JC: Como você chegou até aqui?  Uma estrela do rádio.

SM: Pela música. Na minha casa sempre teve música até a hora de dormir, meu pai adorava e minha mãe também, ela escutava muito rádio, meu irmão é músico, sempre prestei atenção neles. Tenho uma avó de 104 anos, ela ainda faz trovinhas, ama música, é minha ouvinte mais especial, tenho uma tia que é saxofonista, toca na banda da cidade e tudo mais.

JC: Pelo visto, a música está sempre presente na sua vida...

SM: Fico perdida sem um fundo musical. Se a música faltar um dia, eu morrerei.

JC: Por quais outras rádios você passou nesses 20 anos de profissão?

SM: A primeira foi a rádio Entre Rios AM, onde fiquei oito anos, depois veio a comunitária Uai FM, ambas localizadas em Raul Soares, em seguida e paralelo, a rádio Onda Livre em São Pedro dos Ferros. Tive também uma passagem pela rádio Sucesso em Rio Casca.

JC: Qual é a rádio dos seus sonhos, aquela a qual você ouve e diz: É essa! Existe essa rádio?

SM:  Há vários estilos de rádio. Eu gosto de várias rádios, todas têm programas ótimos. Mas a que eu gosto mesmo é a Onda Livre. Ela tem de tudo um pouco, de tudo o que eu ouço, de tudo o que é bom.

JC: O que você ganhou ou passou nesse tempo que mais lhe orgulha?

SM: A confiança dos ouvintes, que às vezes contam coisas particulares. É algo muito próximo. Recebo cartas, presentes, onde eu passo sinto que nao estou sozinha, todos me conhecem.

JC: Existe um segredo, ou uma tática para ser um radialista de sucesso?

SM: Conhecer o ouvinte, saber onde ele mora, quem são seus vizinhos, seus amigos...

JC:  Você é do tempo do vinil, tô certo? E como é hoje com essa tecnologia digital cada dia mais avançada?

SM: Primeiro foi a fita de rolo, depois o vinil e não esqueço nunca da fita cassete. Teve as pickup's. Depois veio os CD's, nossa, e o quando inventaram o CD carrosel então, como facilitou a nossa vida... Teve ainda o MD, que teve vida curta. Hoje é o computador, é muito mais fácil para encontrar as músicas, imagina quando era aquele tanto de vinil, fita, cadernos com os nomes e locais onde encontrar as músicas...

JC: É melhor então?

SM: Em parte sim, mas hoje em compesação não tem tantas reuniões. As pessoas se encontram menos, a equipe não fica mais junta. Hoje posso fazer um programa de rádio sozinha, de dentro da minha casa. A gente quase não se vê. Não saímos juntos como antes acontecia.

JC: Porque o rádio é tão importante?

SM: Porque passa cultura para as pessoas. Aqui na minha região é o único meio de comunicação que alcança os jovens, não há teatro, não há cinema, não há bons shows, não há muitos jornais, não há variedade na TV; aí a população tem que ouvir o rádio. As pessoas se reconhecem no rádio, porque são as pessoas que fazem a rádio.

JC: Você alguma vez pensou em ir para um grande centro, uma rádio maior?

SM: Já tive várias oportunidades. Mas é aqui que eu tenho a liberdade de fazer, de criar.

JC: Qual sua satisfação diante de tudo isso?

SM: Acredito contribuir para melhorar o astral das pessoas.

JC: O que tem de mais importante na sua caminhada pelas ondas do rádio?

SM: Os amigos.

JC: Suas considerações finais:

SM: Convido a todos a ouvirem o programa Naquele Tempo, todos os domingos na radio Uai de 10 às 13  horas e também a programação da Onda Livre, 24 horas no ar.




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3 comentários:

  1. Silvânia, vc é ótima. Adoro ouvi-la. Vc tem um excelente gosto musical.

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  2. Nossa Ju... Adorei seu blog. As fotos de Raul Saores são lindas, a entrevista da Sil... parabéns. Luciana Oliveira (do senhor Oliveira Soldado e da dona Nieta)

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  3. oi ju aqui é a Luisa que apresenta o programa com a silvania adorei a MATERIA quando quiser me entrevistar estarei a sua disposição !!!
    beijinhos!!

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